O Brasil e os EUA na luta antirracista

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‘Diferente dos EUA, no Brasil os brancos não oferecem seus corpos para a luta antirracista’

Pesquisadora na Califórnia, brasileira Marina Reis afirma que comparação entre protestos é injusta: “não se pode falar em apatia dos negros; resistimos, sim”

Manifestantes negros cobram punição de seguranças do metrô de SP que agrediram imigrantes haitianos, em outubro de 2018 | Foto: Daniel Arroyo/Ponte Jornalismo

Ponte – É correta a percepção de que as mortes de jovens negros pela polícia despertam mais reação nos EUA do que no Brasil? Por que?

Marina Reis – É necessário primeiro contextualizar qual grupo e qual reação estamos falando e comparando. Isso porque muitas vezes usam o movimento negro norte-americano e, mais especificamente, o Black Lives Matter, para traçar uma comparação com o Brasil e concluir que negras e negros no Brasil não se revoltam como nos Estados Unidos. Essas comparações ganham uma proporção tão grande e chegam ao limite de culpabilizar a população negra brasileira por não se articular. Na minha opinião, não é isso que acontece e não é de apatia que estamos falando. No Rio de Janeiro, por exemplo, de onde venho: moradores e integrantes do movimento negro com frequência paralisam a avenida Brasil em protesto contra mortes de responsabilidade da polícia. Temos incessantes mobilizações do movimento de familiares contra violência do Estado no Rio de Janeiro. Não podemos falar de uma apatia. Resistimos, sim, de forma incansável.

Sob Doria, PM de SP mata como nunca e prende cada vez menos

No primeiro semestre deste ano, PM matou 20% a mais e prendeu 19% a menos; para especialista, dados colocam em dúvida desculpa do governo de que mortes ocorrem em confronto

Ato da Coalizão Negra Por Direitos protesta contra a violência policial, em 4/12/19 | Foto: Sergio Silva/Ponte

A Ponte também tem saído bem por aqui. Também não dá para não ver!

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